quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Ela, Ele e as intempéries

Essa história fala sobre Ela, uma ex-boazinha que hoje leva ao pé da letra a maldade, mas a boa maldade. E Ele, um amigo de um amigo dela que, ao conhecê-la, resolveu que Ela era tudo com o que Ele sempre sonhou, porém nunca pensou alcançar.

Aqui um aparte do narrador: quem o conheceu entenderá a razão disso. Para aqueles que não o conheceram, digamos que o rapaz é um tanto quanto... prejudicado em termos de imagem.

Mas, voltando ao nosso conto: Ele, possuído de tanta paixão inicia uma louca cruzada pela conquista da moça. No princípio Ela se ofende com a forma incisiva e insistente dele (quem não deve ter se ofendido foi a companhia telefônica, mas isso não vem ao caso). Porém, como diz a sabedoria popular: água mole em pedra dura... A enxurrada foi tanta que a erosão se deu.

Com a conquista, o casal foi vivendo os meses com idas ao cinema, encontros na casa dele, propostas de viverem juntos... Ela, nesse maremoto todo, até teve alguns pensamentos de menina boazinha em relação a Ele, mas é aquela velha história: uma vez má, eternamente má. Ela sentia que algo não fechava. Como (quase) disse um personagem de Shakespeare, havia algo de podre no reino. Porém, mesmo em casos em que há crime, sem provas, não pode haver acusação. E assim os meses foram se desenrolando e o namoro idem.

É importante que se diga que nesse desenrolar, muitos assuntos vieram à tona, entre eles alguns sobre tecnologia. Para Ela internet resumia-se a MSN, e-mails e buscas nas páginas de notícias e Google. Ele garantiu que era de mesma opinião. Orkut? Ambos passavam longe dele!

Mas, o que é o destino! Tal como acreditavam os gregos na Antiguidade Clássica, não adianta fugir dele, porque ele nos encontra. E o Dele o encontrou.

Com a senha de um amigo Ela entrou no Orkut e, movida pela curiosidade, foi indo, indo, até que chegou a Ele. No perfil... namorando?? O que uma boazinha interpretaria como “que lindo! Tããão fiel!”, Ela interpretou como: “ah?”, e em seguida: “FDP!!”

Mexe daqui, mexe dali e Ela descobre a namorada Dele. Bem, como ser má não significa ser zen, Ela mais que rapidamente traz o inferno à vida Dele: mensagem no Orkut, e-mail para a outra namorada, diversas ligações.

A máscara Dele cai. Ele pede a amigos que mintam sobre Ela; pede que sua secretária ligue para Ela para dizer que estava tudo acabado (perdão por um outro aparte, mas neste momento temos de nos segurar para não rir), mente para a outra namorada dizendo que só A conhecia há alguns meses... enfim, Pinóquio perto dele seria fichinha.

O resultado? Ela fez amizade com a outra namorada (que nos próximos meses deve vir morar na mesma cidade em que Ela está) e hoje está feliz e namora o dono de um pé de jabuticaba (sim, porque laranja lima não é tão doce).